III Domingo - A
Citações bíblicas:
Is 9,1-3: http://www.clerus.org/bibliaclerusonline/pt/9abr1li.htm
1Cor 1,10-13.17: http://www.clerus.org/bibliaclerusonline/pt/9appbva.htm
http://www.clerus.org/bibliaclerusonline/pt/9a0isja.htm
Mt 4,12-17: http://www.clerus.org/bibliaclerusonline/pt/9asskdd.htm
Na primeira página
do livro do profeta Isaías é apresentado um advento de libertação – e, por
isso, de grande alegria para toda a Galiléia – com a imagem da luz que ilumina
o caminho do povo imerso na escuridão. Assim, o Evangelho, citando textualmente
essa passagem de Isaías, apresenta Jesus como luz que realiza tal profecia: Ele
é a luz prometida que veio para acabar com as trevas do pecado e libertar o
homem da escuridão que o dominava.
A luz é muito eficaz para expressar a
intervenção de Deus na história do homem. Deus se manifesta como “Luz” que destrói
as trevas. A luz clareia, ressalta os delineamentos, define as coisas,
evidencia as cores, dá volume aos espaços. Além disso, a Luz acalma e anima. Estar
num lugar iluminado possibilita a abstração da realidade a partir daquilo que realmente
é, além de fazer-nos mais alegres, certos e seguros.
A iniciativa que Deus toma em relação
aos homens possibilita uma relação renovada com a realidade: na luz divina tudo
assume um novo aspecto, autêntico e definitivo. Uma luz que tranquiliza e, ao
mesmo tempo, fortalece, permite o conhecimento do cosmo e do homem. Eis porque,
depois de afirmar que “para os que habitavam as sombras da morte uma luz
resplandeceu”, o texto sagrado acrescenta: “Multiplicaste sua alegria,
redobraste sua felicidade”. Uma alegria e uma felicidade que se tornam reais com
a presença de Jesus. Ele é aquela luz prometida desde sempre, que veio habitar entre
nós. A Sua presença física manifesta o advento definitivo da luz.
A luz que resplandece assinala a
iniciativa de Deus, que dá o primeiro passo – misericordioso e gratuito – diante
da humanidade ferida.
Essa dinâmica exprime-se através da
chamada dos primeiros Apóstolos, feita por Jesus. É Ele que os escolhe,
fazendo-os um convite que não dá margem a equívocos: “Sigam-me”. Diante da
imprevista “irrupção” de Deus na existência de cada um deles, são convidados a
abandonar as próprias redes, isto é, a confiarem totalmente no Senhor, para uma
nova “pesca”, em direção a um novo e definitivo horizonte. No Cenáculo, epílogo
de sua existência terrena, Jesus recordará aos seus discípulos: “Não fostes vós
que me escolhestes; fui eu que vos escolhi...”.
Neste Domingo, a Palavra de Deus
convida-nos a recordar que a nossa vocação pessoal fundamenta-se na escolha
original e absolutamente gratuita de Deus. O convite que Ele nos faz é de decidirmo-nos
a deixar-nos conquistar ou reconquistar por Ele mesmo, para uma mudança
definitiva da nossa existência.
Peçamos ao Senhor, para nós e para toda
a Igreja, o dom de uma verdadeira conversão do nosso coração, para que saibamos
acolher Cristo como única Luz a seguir, a única que realmente acaba com as
trevas em nós e ao nosso redor.