Epifania DO SENHOR
Citações
de:
Is 60,1-6: http://www.clerus.org/bibliaclerusonline/it/9abuxwb1.htm
Eph 3,2-6: http://www.clerus.org/bibliaclerusonline/it/9absu0c.htm
Mt 2,1-12: http://www.clerus.org/bibliaclerusonline/it/9abttkb.htm
«Os Reis de Társis e das ilhas vão trazer-lhe ofertas,
os reis de Sabá vão pagar-lhe tributo. Que o adorem todos os reis da terra e o
sirvam todas as nações» (cf. Sal 72).
A Solenidade de hoje mostra-nos o cumprimento desta profecia. Os sábios “pagãos”
vão à manjedoura de Belém. O nascimento do Salvador apresenta-se como um
acontecimento que interessa não só ao Povo de Israel, mas a todo homem. A
liturgia apresenta um fato particular – a adoração dos Magos – e, através de
tal acontecimento, insere-nos na Realidade divina. Eis a pedagogia divina: A
Incarnação.
Os três Magos,
cujos restos mortais são custodiados na Catedral de Colônia, eram homens em
atitude de profunda espera, que escrutavam os céus em busca dos sinais do
Criador. Para fazer-se encontrar por eles, o Senhor utiliza aquilo que lhes era
mais familiar: a estrela. Tratava-se de uma estrela com luminosidade e
dimensões similares a qualquer outra, mas que ao mesmo tempo, era absolutamente
única. De fato, ao resplandecer sobre suas faces reacendia os seus corações,
mostrando para qual Luz fossem realmente feitos e colocando-os em caminho.
Tratava-se de um “sinal”,
algo de absolutamente comensurável, mas que remetia a uma Realidade superior ao
próprio significado.
Durante a viagem,
especialmente quando os Magos chegaram a Jerusalém, parecia que a estrela havia
desaparecido, mas, na realidade, estavam diante de uma estrela bem maior, que
lhes permitiu reconhecer a necessidade de dar um passo ulterior. De fato,
reconheceram que foram conduzidos ao coração de Israel, o Povo que o Senhor
escolheu como sua morada, e àquela nova Estrela confiaram o próprio caminhar.
Depois do cosmos, da obra da criação, a primeira Aliança é o “grande sinal” que
Deus pôs no mundo, através do mistério da predileção.
No entanto, parece
que aquela luz não resplandeceu com a mesma pureza do astro celeste, ainda que
fosse sempre uma mesma luz, pois em diversos momentos indicou aos Magos o
caminho, animados das mais díspares das intenções: o rei Herodes serviu-se
deles para eliminar um possível rival no poder e concorrente ao título de Rei;
além disso, os chefes dos sacerdotes e os escribas usaram a sabedoria recebida
de Deus para secundar as solicitações de Herodes, ao ponto de fazê-lo
permanecer em Jerusalém, ao invés de acompanhar os Magos à Belém.
O Evangelista mostra-nos
o Mistério da Igreja, a Comunidade daqueles que, por graça divina, tornaram-se
filhos no Filho, ao mesmo tempo em que foram chamados a fazerem-se, com a ajuda
divina, plenamente participantes da Vitória de Cristo sobre o pecado e a morte.
Confiamo-nos ao Senhor
Jesus que, sobretudo através daqueles “astros” – que de modo todo especial resplandece
na vida dos Santos – indica-nos, incansavelmente e com fidelidade divina, a
Igreja como lugar do encontro com Ele. Juntamente com os Magos, aprendemos da
Bem-Aventurada Virgem Maria e da fé das pessoas simples, a ter mesma atitude
dos pastores: prostrar-se diante de Cristo, verdadeira Eucaristia, e oferecer
ao Rei dos reis o ouro dos nossos “tesouros”, ao Deus-conosco o incenso da
nossa oração, e ao Redentor Crucificado e Ressurrecto a mirra do nosso
sofrimento.
Assim nos tornaremos,
sempre mais, participes da Vida do Senhor Jesus, único e verdadeiro “Astro do Céu”,
e se realizará também em nós a profecia de Isaías: “Então verás, e teu rosto se
iluminará, teu coração vai palpitar e arfar, pois estarão trazendo a ti os
tesouros de além-mar, aí chegarão as riquezas das nações” (cf. Is. 60, 5).